quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ERROS NO COMBATE AO CRACK E SUAS CONSEQUÊNCIAS


O crack hoje é uma epidemia no Brasil. Não há uma cidade no país onde a droga não possa ser comprada facilmente.
A presidente Dilma iniciou sua campanha convocando as mães e todos os brasileiros para a luta contra o crack, mas até agora têm sido muito tímidas as iniciativas do governo federal no combate às drogas. Há poucas semanas a Rede Globo mostrou que nossas fronteiras são vulneráveis, faltam homens e equipamentos para evitar a entrada dos traficantes em nosso país. Mas os erros mais graves estão sendo cometidos mesmo é no tratamento dos dependentes, na maioria das cidades os CAP´S, Centros de Atenção Psicossocial, onde os dependentes químicos devem ser tratados, não estão preparados para atende-los. Os pacientes geralmente são tratados sem internação. O tratamento consiste em terapia de grupo uma vez por semana e consulta com psiquiatra ou psicólogo uma vez a cada 15 dias. Os pacientes também recebem remédios controlados(na maioria das vezes tarja preta) e levam para tomar em casa, são remédios para controlar a ansiedade e para dormir, que se usados em excesso podem viciar e causar overdose, muitos pacientes usam os medicamentos nos horários e dosagens errados e às vezes até misturam com álcool e outras drogas. Já há relatos de casos de suicídio usando esses medicamentos.
O processo de desintoxicação, que serve para eliminar a droga do sangue dura no mínimo 15 dias e é feito em hospitais públicos, que também são despreparados para conter esse tipo de paciente durante as crises de abstinência, momento em que os viciados ficam agitados e violentos, muitos simplesmente arrancam a agulha do soro do braço e vão embora e, lógico voltam pras ruas para usar drogas. O governo federal desaconselha a internação à força, mas infelizmente todas as famílias, que sofrem com o flagelo do crack, sabem que dificilmente um viciado que está dominado pela droga, aceita se internar. Quando são internados à força, só depois da desintoxicação é que eles se acalmam e aceitam o tratamento. Prova disso é o depoimento que o ex-jogador Casa Grande deu no Domingão do Faustão. O comentarista da Rede Globo, que viciado em cocaína, foi internado à força, disse que só depois de quatro meses de internação foi que aceitou que era doente e precisava de tratamento.
Muitos viciados até confessam que querem se tratar, mas sozinhos não conseguem. Em muitos casos, mesmo os que querem se tratar, não conseguem prosseguir na terapia se ficarem tendo fácil acesso às drogas, muitas vezes o isolamento é necessário. O INSS também não está preparado para lidar com trabalhadores dependentes químicos, já houve casos de doentes, que estavam internados e com menos de 2 meses de internação foram considerados aptos a voltar ao trabalho, depois de serem examinados por um perito do instituto. Claro que depois de 2 meses de internação um dependente químico está fisicamente apto a voltar ao trabalho, mas psicologicamente está muito longe de estar pronto. O ideal é uma internação de no mínimo seis meses, segundo os especialistas.
Um detalhe que também tem sido esquecido é a “recuperação” dos traficantes. Apesar de a grande maioria deles ser bandidos que não têm mais solução, em vez de simplesmente ficarem presos, eles deveriam ser submetidos a sessões de conscientização, assistindo a documentários, reportagens e filmes sobre os estragos que as drogas causam na sociedade, ouvindo depoimentos de familiares de viciados e pessoas que estão e outras que conseguiram sair do mundo das drogas. Lógico que de 10talvez apenas uns 2 deixassem o tráfico, mas só isso já seria lucro. Os bens comprados com o dinheiro do tráfico deveriam ser confiscados, leiloados e o dinheiro revertido na recuperação dos dependentes. As mansões dos traficantes presos deveriam ser transformadas em centros de recuperação de drogados.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

CUIDADO COM O GERUNDISMO


NÃO SE DEVE COLOCAR GERÚNDIO APÓS UM VERBO NO INFINITIVO.

AQUILO QUE SE DEU O NOME DE GERUNDISMO SE DÁ QUANDO NÓS EM VEZ DE DIZERMOS "VOU FALAR" QUE NARRA ALGO QUE VAI OCORRER A PARTIR DE AGORA DIZEMOS "VOU ESTAR FALANDO" QUE SE REFERE A UM FUTURO EM ANDAMENTO - "ESTAR" DÁ IDÉIA DE PERMANÊNCIA NO TEMPO. É NO MÍNIMO FORÇADO FALAR DE UMA AÇÃO ISOLADA, QUE SE CONCLUIRIA NUM ATO, COMO SE FOSSE CONTÍNUA. QUANDO RESPONDEMOS AO TELEFONE "VOU ESTAR PASSANDO O RECADO", FORÇAMOS A BARRA PARA QUE O RECADO, QUE POTENCIALMENTE TEM TUDO PARA SER DADO, NÃO TENHA MAIS PRAZO DE VALIDADE.
MAS, A LOCUÇÃO "VOU ESTAR + GERÚNDIO" É CORRETA QUANDO COMUNICA A IDÉIA DE UMA AÇÃO QUE OCORRE NO MOMENTO DE OUTRA. A SENTENÇA "VOU ESTAR DORMINDO NA HORA DA NOVELA" É ADEQUADA AO SISTEMA DA LÍNGUA, ASSIM COMO QUANDO HÁ VERBOS QUE INDIQUEM AÇÃO OU PROCESSO DURADOUROS E CONTÍNUOS: "AMANHÃ VAI ESTAR CHOVENDO" OU "AMANHÃ VOU ESTAR TRABALHANDO O DIA TODO", POR EXEMPLO.

O GERUNDISMO VEIO DE TRADUÇÕES AO PÉ DA LETRA DO INGLÊS. ONDE NÃO LEVARAM-SE EM CONSIDERAÇÃO AS FORMAS GRAMATICAIS CORRETAS JÁ EXISTENTES NA NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA, QUE É O FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO. COMO ESSA MANIA POPULAR SE DIFUNDIU AMPLAMENTE, AS PESSOAS TENDEM A PENSAR QUE ESTÁ CORRETO DEVIDO AO FATO DE TODOS UTILIZAREM ESSA FORMA, POR MAIS QUE INCONSCIENTEMENTE. TODAVIA, O GERUNDISMO É UM ERRO GRAMATICAL NA LÍNGUA PORTUGUESA.

SEGUE ABAIXO UM TEXTO EXTRAÍDO DO BLOG DO PROFESSOR PASQUALE:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u362760.shtml

Há alguns dias, um jogador do Santos deu entrevista à rádio Jovem Pan. Trata-se de rapaz letrado, bem-falante, de classe média alta, que estudou em bons colégios. Feliz com sua atuação, o jovem atleta ofereceu os gols à mãe. "Mande-lhe uma mensagem", propôs o radialista. O jogador declarou seu amor à genitora e disse: "Desculpe, mãe. Seu aniversário foi ontem, mas eu não pude estar comparecendo à festa".
"Não pude estar comparecendo" é de lascar. Que tal "Não pude comparecer"? Simples e indolor, não? É isso. Cuidado com modismos lingüísticos. Esse cacoete já passou da fala e já freqüenta a língua escrita, com ares de coisa boa. Fuja disso!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

AS CORES DAS FLORES



Muita gente anda confundindo as tintas ou melhor as cores quando se trata de Ipê. Costumamos chamar aquele tipo de Ipê que não é amarelo nem branco, de “roxo”, é aí que está o engano, na verdade, não existe Ipê roxo, existe sim Ipê rosa, quando muito, lilás, mas nunca roxo. (essa foto aí, mais abaixo, lógico, é o jacarandá)
A confusão acontece, inclusive entre alguns botânicos, porque existe no cerrado e lá pras bandas do sul do país, uma árvore chamada Jacarandá Mimoso, que assim como o Ipê , entre os meses de junho e setembro, perde todas as folhas e se torna um enorme buquê, que varia entre o roxo e o azul marinho, e as flores têm formato praticamente igual ao das do Ipê. Para se tirar a prova basta olhar uma dessas árvores fora do período de floração. Diferente do Ipê o Jacarandá Mimoso tem as folhas divididas em várias outras folhas miúdas, parecidas com as do Flamboyant.